O jornalista João Miranda do Carmo foi morto a tiros em frente a sua
casa, em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, na noite de domingo
(24), informou a polícia civil. Ele era dono do site de notícias SAD Sem Censura, que publicava notícias policiais, sobre a política e sobre o tráfico de drogas local.
Nenhuma
linha de investigação sobre o crime está sendo descartada, entre elas a
de que ele tenha sido morto devido a seu trabalho como jornalista,
disse o delegado responsável pelo caso, Pablo Santos Batista, à Agência Brasil. Testemunhas foram ouvidas na manhã desta terça-feira (26).
João Miranda já vinha recebendo ameaças e teve seu carro incendiado em janeiro, de acordo com informações do jornal O Popular,
de Goiás. Amigos e familiares prestarem homenagens ao jornalista ao
longo do dia de ontem nas redes sociais. Ele pretendia se
candidatar a vereador nas próximas eleições.
Profissão de risco
Esse
foi o terceiro assassinato de jornalistas este ano no Brasil. Em março,
o radialista João Valdecir Barbosa foi morto a tiros enquanto
trabalhava nos estúdios da Rádio Difusora AM, em São Jorge do Oeste,
sudoeste do Paraná. Em abril, o blogueiro Manoel Messias Pereira, foi
morto também a tiros em Grajaú, no Maranhão.
Em 2015, o Brasil ficou em quinto lugar
como o país mais perigoso para o exercício da atividade jornalística,
com oito assassinatos, de acordo com a organização internacional Comitê
para a Proteção dos Jornalistas, (CJP, na sigla em inglês).
O país ficou
à frente de países em guerra como Iraque e Sudão do Sul. A maior parte
das pessoas assassinadas apurava casos de corrupção envolvendo
políticos.