Ao
que tudo indica, nos próximos meses, o prefeito de Mirinzal – Amaury
Santos Almeida, candidato à reeleição pelo Partido Democrático
Trabalhista(PDT), terá muito que se explicar à justiça. Em uma rápida
análise na prestação de contas do município, principalmente no que tange
a folha de pagamento, várias suspeitas de irregularidades foram
detectadas pelos técnicos do Tribunal de Contas do Estado.
Dentre
algumas das aberrações, as que mais chamaram atenção foi o fato dos
Secretários de Finanças do Município – Cláudio Santos Almeida e de
Administração – Evilásio Rodrigues Ribeiro receberam por duas fontes
pagadoras. No caso, suas respectivas secretárias e, ainda, a Secretaria
de Saúde.
Segundo
documentos analisados, no ano de 2013, por exemplo, Cláudio Almeida
recebia a quantia de R$3.000,00(três mil) como secretário e, ainda,
R$800,00(oitocentos reais) como coordenador do fundo municipal de saúde.
Situação
semelhante também foi detectada tendo o secretário Evilásio Ribeiro
como beneficiário. No caso, assim como Cláudio Almeida, ele também
recebia pelas Secretárias de Administração e Saúde.
A
similitude de nomes foi outro ponto que chamou atenção dos analistas.
Em um caso, por exemplo, a funcionária Aldira Silva aparece com um
salário de R$ 2.000,00(dois mil reais), sem que seja feito qualquer
desconto. Logo em seguida, aparece outra Aldira Silva, mas acrescido o
sobrenome Araújo, digo, Aldira Silva Araújo, com salário de
R$678,00(seiscentos e setenta e oito reais) e todos os descontos
assegurados por lei.
Analisando
os dados constantes no TCE, após checagem de informações junto a
funcionários da prefeitura, os quais pediram para não serem
identificados, várias pessoas jamais foram vistas no município, há
exemplo da cunhada do secretário Cláudio Almeida – Nágila Quintanilha
Gerude, cujo nome aparece na folha recebendo um salário de
R$1.500,00(hum mil e quinhentos reais), mas só aparece na cidade em
período de festa.
A
funcionária Alessandra Cruz(R$1.500,00), Pedro Jarbas de Jesus
Júnior(R$678,00) e Leibe Prazeres Barros Madeira(R$1.500,00) também são
“servidores” que constam nas folhas de pagamento enviadas ao TCE,
contudo, segundo aliados do prefeito, nunca foram vistos cruzando os
corredores de qualquer dos órgãos da prefeitura.
Ainda
ao analisar os dados, também chamou atenção de pessoas ligadas a
Amaury, o fato de funcionários terem sido desligados dos quadros e mesmo
assim, posteriormente ao afastamento, continuarem incluídos na folha de
pagamento, como Dienne Sanay Silva Ferreira. Mesmo afastada da função, o
nome permaneceu na folha.
Para
alimentar uma espécie de caixa dois, que seria operado diretamente pelo
prefeito Amaury e o secretário Claudio, segundo funcionários que estão
bastante descontentes com a gestão municipal, apenas com intuito de
devolver o excedente , alguns funcionários aparecem na folha recebendo
valores bem acima do correto.
Nessa
situação estariam os servidores Adeni Júnior Fonseca Pereira, que
aparece com um salário de R$ 3.988,76(três mil novecentos e oitenta e
oito reais e setenta e seis centavos) quando o correto, para o cargo
exercido, seria de apenas R$1.500,00(hum mil e quinhentos reais).
Quintino
Pereira e a professora Greyce Anne das Graças M.M. Costa seriam outros
dois que se encontram na mesma situação. Na folha, mediante o cargo
exercido, embora um salário mínimo fosse o correto, Quintino aparece
recebendo R$1.000,00(hum mil) reais. Já a professora Greyce deveria
receber, de direito, R$1.390,00(hum mil e trezentos reais), mas, de
fato, segundo conta na folha, recebe R$2.890,16(dois mil oitocentos e
noventa reais e dezesseis centavos).
O
Caso do médico Ubiratan Amorim Ferreira foi outro que chamou bastante
atenção. Para exercer suas funções no chamado Programa Saúde da Família,
em um único mês, o médico recebia a bagatela de R$57.000,00(cinquenta e
sete mil) reais. O detalhe é que na cidade, de acordo com alguns
moradores, o médico até prestava serviço, mas não pelo programa federal
do PSF.
Servidores
também denunciam que, além de problemas na folha de pagamento, as
empresas que prestam serviços ao município seria outro meio usado pelo
prefeito para sangrar o erário público. Tais casos serão detalhados em
outras matérias. Com a palavra, o Ministério Público do Estado.