Morreu, na madrugada desta sexta-feira (14), Orival Pessini, criador
do Fofão, Patropi e Sócrates. O ator e humorista de 72 anos lutava
contra um câncer no baço e estava internado havia duas semanas no
Hospital São Luiz, em São Paulo. Ele também teve um câncer na garganta,
do qual já estava recuperado. A notícia foi confirmada ao UOL pelo empresário de Orival e sócio da marca Fofão. O velório está previsto para ocorrer entre 16h e 18h desta sexta no Cemitério do Morumbi, em São Paulo.
Orival Pessini iniciou sua carreira no teatro. Sua estreia na televisão
aconteceu no programa infantil "Quem Conta Um Conto", na TV Tupi, em
1963. Na década de 70 interpretou os macacos Sócrates e Charles, do
Planeta dos Homens (Globo). Estreou, em 1988, no humorístico "Praça
Brasil", da Band, com o personagem Patropi - que levaria mais tarde para
os os programas "Escolinha do Professor Raimundo (Globo) e "A Praça é
Nossa" (SBT).
Orival criou o Fofão no programa Balão Mágico
(Globo). O boneco fez tanto sucesso que, com o fim do programa, ganhou
seu próprio programa: TV Fofão (Bandeirantes), no qual apresentava
quadros humorísticos e desenhos animados.
Inspiração em E.T.
O personagem Fofão, um dos mais marcantes da carreira do humorista
Orival Pessini, teve inspiração no E.T. do filme de Steven Spielberg dos
anos 80.
"O Fofão não é bonito. Ele é uma
mistura de cachorro, urso, porco e palhaço. Não é à toa que me baseei no
E.T do Spielberg. Quando assisti o filme na época fiquei com lágrimas
nos olhos. Eu não pensei eu não fazer uma coisa bonita, mas sim uma
coisa simpática, que demonstrasse 'calor humano', 'sentimento'", afirmou
Pessini em maio deste ano no programa "The Noite".
Ele não se incomodava com as imitações de Fofão. Parte da infância de
uma geração, o boneco foi alvo de uma polêmica neste ano - quando a
Carreta Furacão decidiu ir a uma manifestação em favor do impeachment da
presidente Dilma Rousseff. Mas o criador proibiu o Fofão genérico de
participar do protesto.
"Eu não autorizo, é um
direito meu. Eu faço questão de proteger meus personagens. O Fofão, por
exemplo, gera empregos. As crianças conhecem pela internet e gostam. Os
adultos se emocionam quando o encontram. Quero preservar essa imagem",
explicou.