O
número de assassinatos no campo, de janeiro a novembro de 2016, no
Maranhão foi o segundo maior no Brasil, com 12 mortes registradas, de
acordo com os dados de um balanço anual da questão agrária divulgado
nesta quarta-feira (7) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ao todo,
54 homicídios foram registrados em 2016 que foi considerado o mais no
campo desde 2003, quando 71 pessoas foram assassinadas.
De
acordo com o levantamento, o Maranhão só fica atrás do estado de
Rondônia, que registrou 17 mortes em 11 meses de 2016. A Pastoral da
Terra também registrou assassinatos na Bahia (4), em Tocantins (3),
Alagoas (2), Amazonas (2), Paraná (2), Mato Grosso (1), Mato Grosso do
Sul (1), Paraíba (1), Pernambuco (1), Rio de Janeiro (1) e Rio Grande do
Sul (1).
A
maioria das mortes foi motivada por conflitos por água ou terra. As
vítimas são, principalmente, camponeses, posseiros, líderes quilombolas,
indígenas e pequenos proprietários de terra. Ainda de acordo com a CPT,
vários fatores explicam a violência no campo, inclusive a instabilidade
política no país. A impunidade é apontada como uma das principais
causas das ações violentas.
Um
dos crimes mais emblemáticos no Maranhão ocorreu em 31 de março, quando
o quilombola conhecido como Zé Sapo foi assassinado. Segundo a
Pastoral, o assassinato foi decorrência de um conflito de terra que já
dura há sete anos. Ele pertencia à comunidade Cruzeiro/Triângulo, que
luta pelo reconhecimento de seu território.