Rubens Jr. diz em entrevista a 'O Estado' "(...)Se olharmos os últimos pleitos, quem largou na frente, perdeu"
_Pré-candidato do PCdoB declarou que “tem gente que já está cansado”, eu ainda nem “entrei em campo” _
Principal nome do PCdoB na disputa pela Prefeitura de São Luís em 2020, o deputado federal licenciado e ex-secretário de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, Rubens Pereira Júnior, 36 anos, traçou um paralelo entre política e futebol em entrevista ao jornal "O Estado do Maranhão", demostrando que ambos não apenas se discutem, como também se cruzam.
A analogia usada pelo pré-candidato do PCdoB na capital maranhense foi o jeito mais fácil de responder um questionamento sobre seu desempenho nas pesquisas ao explicar que um time só pode pontuar quando entra em campo e não quando está no treino.
"(...) Não tenho dúvidas que a gente ainda está na fase do aquecimento. Eu vejo que tem gente que já está cansando, eu ainda nem “entrei em campo”. Na hora que começar a campanha, eu não tenho dúvida que a nossa pré-candidatura é a que mais vai crescer e naturalmente, a que vai ganhar as eleições", declarou.
01 – Você faz parte do partido e da base de apoio ao governador Flávio Dino, que, dizem, montou um “consórcio de candidatos” para vencer a eleição em São Luís. Existe de fato esse “consórcio”?
Não chamaria de consórcio, mas não tenho medo de afirmar que a maioria dos candidatos querem ter o apoio do governo Flavio Dino. Afinal de contas, em São Luís, ele tem uma aprovação de 65%. Muito pelo acerto de sua gestão, mas também pelo enfrentamento da pandemia. Isso é um assunto que vai ser muito debatido. Eu tenho muito orgulho de ser o pré-candidato a prefeito do partido do governador Flavio Dino, respeitando os outros partidos que pensam diferente.
02 – Há duas semanas, o PDT declarou apoio ao DEM, mas o prefeito Edivaldo Holanda Júnior ainda não se pronunciou. Você acredita que o apoio dele será a sua pré-candidatura?
03 – O presidente da MOB, Lawrence Melo, declarou apoio a você na semana passada. Esse é um indicativo de que o PT fechará aliança com o PCdoB?
Existe um diálogo com PT em nível municipal estadual e federal. Eu respeito o tempo próprio do partido, sabemos todas as suas características internas, de várias tendências, de várias opiniões. Respeitamos e não acreditamos em unanimidade, mas tenho certeza que a união do PT com PCdoB faz sentido para o cidadão e mostra a força da nossa pré-candidatura. Então estou trabalhando para ter o PT na nossa coligação desde primeiro turno.
04 -Apesar de fazer parte da base governista, seu nome tem sido menos lembrado em pesquisas que os de outros aliados do mesmo campo. Isso o incomoda?
O povo não quer saber de eleição ainda. Todos estão preocupados com a Covid-19, com a possibilidade de perder do emprego. O povo quer que o posto de saúde funcione, quer que as escolas voltem com condições adequadas de funcionamento, e assim em diante.
Neste momento as discussões que partem dos debates eleitorais basicamente estão em nós mesmos, no segmento político, além de parte da imprensa. Porém não vejo a cidade em clima de campanha. São Luís, em especial, a campanha é decidida dentro do período da campanha. Ninguém nunca venceu eleições na véspera. Se olharmos os últimos pleitos, quem largou na frente, perdeu. Largar na frente na eleição de São Luís não significa absolutamente nada.
Eu tenho uma estratégia política e posso revelar: política não se faz sozinho, se faz com grupo, com propostas e com biografia. Hoje, mesmo estando atrás nas pesquisas quantitativas, tenho o maior poder de agregação. São cinco partidas que já declararam que marcharão na nossa candidatura. São mais 200 pra candidatos a vereador de São Luís. Além disso nós temos importante apoio institucional, uma militância muito forte, os movimentos sindical e social. Então não tenho dúvidas que a gente ainda está na fase do aquecimento. Eu vejo que tem gente que já está cansando, eu ainda nem “entrei em campo”. Na hora que começar a campanha, eu não tenho dúvida que a nossa pré-candidatura é a que mais vai crescer e naturalmente, a que vai ganhar as eleições.
05- Você acredita que uma aliança com o PT, e o apoio declarado do ex-presidente Lula, podem ter efeito decisivo na eleição deste ano na capital?
06 – Na sua avaliação, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior conseguiu cumprir o que prometeu nas eleições de 2012 e de 2016?
Hoje nós temos a vice-prefeitura, com Júlio Pinheiro, nós somos cinco vereadores na Câmara Municipal, somos cinco deputados estaduais, dois deputados federais. Diferente de outros tempos, quando o governador decidia um nome de impunha “goela abaixo” de todos, com governador Flavio Dino faz diferente. Respeita que cada partido apresente a sua visão de candidatura, e o PCdoB também é legítimo que apresente seu projeto. E diante desse cenário de falta de nomes que possa unificar, é quando apresentamos o nosso nome e também o nosso partido para ter oportunidade de bater o futuro da cidade de São Luís.
07 – Como se preparar para uma eleição que, em virtude da pandemia da Covid-19, tende a ser ainda mais digital e menos corpo a corpo que a de 2018?
Nosso partido e todos os aliados políticos estão entusiasmados com esse momento. Conseguimos hoje ter a maior coligação, o nosso plano de governo está sendo construído de forma democrática. Temos o Movimento Diálogos por São Luís, já ultrapassamos as 400 propostas, somente nas edições iniciais do movimento. Todos os dias estamos nos bairros, discutindo com a população, ouvindo, olho no olho, me apresentando para quem não me conhece e mostrando nossa plataforma de governo.
08 – A eleição municipal sempre pode ser um bom termômetro para as eleições presidências e de governos, dois anos depois. Você acredita que 2020 pode ser uma mostra de que o bolsonarismo já se esgotou?
09 – Qual sua avaliação do atual momento por que passa o país? Você acredita que o presidente Jair Bolsonaro ainda pode conseguir dar algum rumo ao seu governo?