Um estudo brasileiro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coordenado pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, conseguiu eliminar o vírus HIV de um paciente que vivia com o vírus há sete anos.
O estudo foi feito unicamente com pessoas que estavam com o vírus indetectável — ou seja pessoas que têm a carga viral baixa e não transmitem a doença, por mais que vivam com o vírus. O intuito era "acelerar" o que o tratamento já estaria fazendo por estas pessoas (diminuir a quantidade de células infectadas). Foram recrutadas pessoas que iniciaram o tratamento com infecção pelo HIV relativamente recente e pacientes em tratamento com carga viral indetectável há mais de 2 anos. O estudo iniciou-se em 2013.
Até hoje, dois casos de cura da Aids foram reconhecidos pela comunidade científica: Timothy Ray Brown, conhecido como “paciente de Berlim”, e Adam Castillejo, conhecido como o "paciente de Londres”. Em ambos, eles foram submetidos a um transplante de medula óssea. Por uma mutação rara, eles ficaram livres do vírus HIV.
Como funcionou o estudo
Para
diminuir a replicação do HIV, o estudo selecionou pessoas que viviam
com o vírus indetectável e que estavam tomando os coquetéis. “A gente
intensificou o tratamento. Usamos três substâncias no estudo, além de
criar uma vacina”, conta Diaz. Foram usadas combinações variadas de
remédios, além de uma vacina produzida com o DNA do paciente.
Segundo
o infectologista, a próxima fase do estudo deve contar com 60 pessoas e
vai incluir mulheres como voluntárias — a primeira fase contou apenas
com homens. A pesquisa está paralisada por causa da pandemia do novo
coronavírus no país.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/07/04/tratamento-brasileiro-contra-hiv-tem-resultado-considerado-historico